Por Leandro Becker, jornalista especializado em agronegócio

‍Que tal investir cerca de R$ 0,50 por hectare, economizar R$ 7 milhões e pagar metade da renovação do canavial para a próxima safra com menos esforço e mais estratégia? Parece bom demais para ser verdade, mas este é só um exemplo de como tecnologia, automação e inteligência artificial podem melhorar a produtividade da cana e o rendimento do açúcar, qualificar a gestão e fazer a usina lucrar mais.

A chave para esta equação passa por uma etapa crucial do planejamento estratégico: obter a máxima precisão para calcular as estimativas de ATR (Açúcar Total Recuperável) e TCH (Toneladas de Colmos por Hectare). Um cálculo que fica muito mais fácil com o uso de satélites, ciência de dados e acompanhamento de especialistas em agronegócio.

Jefferson Mello, gerente de produtos da Gamaya, que oferece soluções de inteligência agronômica para cana-de-açúcar e acabou de lançar um piloto do seu novo sistema, elenca a seguir 5 razões para investir em automação e alta tecnologia:

1 – Gestão mais eficiente

O primeiro motivo é que combinar precisão no monitoramento com atualização semanal das estimativas de produtividade e rendimento contribui muito para melhorar o gerenciamento da usina. Afinal, a automação permite identificar, por exemplo, desde a melhor época de colheita para obter o maior teor de açúcar até tomar decisões estratégicas que impactarão em áreas como logística e vendas.

O monitoramento fica ainda mais completo quando adota a “fusão de dados”, ou seja, cruza informações capturadas com apoio de tecnologia e inteligência artificial. O resultado disso é um mapa do negócio recalculado semanalmente para guiar ações e minimizar impactos tão logo haja evidências de alteração nos valores estimados.

No caso da solução da Gamaya, por exemplo, é possível visualizar de forma rápida e intuitiva informações entrelaçando mapeamento por satélite, previsão do tempo e análise precisa de cada talhão, inclusive por meio de mapas e gráficos. Outro diferencial é que o modelo é treinado com dados de rendimento de açúcar em 4 milhões de hectares colhidos em diferentes regiões do centro-sul brasileiro ao longo das últimas 10 safras.

“A ciência de dados é um passo importante e temos muito know-how, porque unimos essa precisão da tecnologia com uma equipe qualificada de especialistas que têm anos de experiência no mercado de cana e apoiam a configuração do sistema”, destaca Mello.

2 – Otimização de recursos

Dispor de melhores estimativas de ATR e TCH também permitem ao gestor coordenar de forma mais eficiente as operações na fazenda e no escritório. Um exemplo disso é não depender somente da avaliação por amostragem do canavial, cuja precisão varia conforme o profissional que esteja trabalhando na tarefa e as condições climáticas.

“Como a inteligência artificial permite ‘ensinar’ a tecnologia a ser cada vez mais precisa de acordo com as particularidades da área, o sistema não deixa o gestor à margem de uma previsão mais cautelosa de um funcionário após vivenciar algum momento de incerteza ou instabilidade, como uma quebra de safra. A ferramenta ainda evita ter que rodar toda a lavoura para conseguir mensurar impactos de uma geada, por exemplo. Pelo contrário, o satélite identifica de forma mais rápida e clara os pontos mais urgentes”, ressalta Mello.

Ele explica que, no sistema da Gamaya, por exemplo, o satélite analisa o canavial a cada 10 metros e calcula o índice de vegetação considerando desde registros de stress hídrico até ataque de pragas e impacto da aplicação de químicos. Outro diferencial é mostrar como o clima previsto para os 15 dias seguintes afetará as estimativas e qual é o estágio do desenvolvimento de biomassa. “Essa antecedência permite, por exemplo, antecipar a colheita ou reprogramar a aplicação de insumos”, aponta.

3 – Aumento na produtividade

O terceiro motivo é que o uso de inteligência artificial contribui para ampliar a produtividade de diferentes formas, tanto no manejo do canavial quanto na identificação da hora certa de colher. “Como as estimativas são atualizadas de forma automática, o gestor consegue comparar a situação do canavial em relação à medição anterior, bem como identificar o desenvolvimento específico de cada talhão ou bloco de colheita com alta precisão”, explica Mello.

Durante a colheita, segundo ele, a automação ajuda a melhorar a curva de produtividade de açúcar em todos os talhões. “Nosso sistema, por exemplo, permite avaliar as áreas e mudar a ordem de colheita para ter ATR maior. E a ferramenta faz isso baseado no que está no campo, não em como foi o ano anterior ou na média dos últimos anos. Fora que mapeia a situação sem precisar investir em amostragem para pré-análise, com equipes indo a campo para coletar material e levar para o laboratório”, complementa.

O avanço da tecnologia garante, inclusive, que o monitoramento não seja influenciado pelas condições climáticas. Hoje, temos passagem de satélite a cada 6 dias, e, além do sensor óptico, fazemos o mapeamento por meio de sensores de radar. Isso garante que a atualização será feita mesmo em dias nublados ou chuvosos, pois o sensor de radar consegue penetrar as nuvens e, depois, por meio da fusão de dados, conseguimos obter a mesma resposta do sensor óptico”, explica.

4 – Redução de custos e aumento no lucro

O cálculo mais preciso das estimativas de produtividade e rendimento pode garantir uma economia expressiva à usina e permitir investimentos estratégicos. Considerando uma área de 10 mil hectares de cana e uma taxa média de erro na estimativa de 5%, hoje é preciso investir em torno de R$ 9,7 milhões a mais para recuperar e/ou repor a quantidade de açúcar. Com uma ferramenta de automação e inteligência artificial, essa taxa de erro cai para 2%, o que dá um custo adicional de R$ 2,6 milhões e evita a necessidade de compra adicional de cana Spot no mercado a preços mais elevados e com comprometimento das metas da companhia.

“Ou seja, na mesma área, só pela diferença de estimativa, é possível obter R$ 7 milhões para alocar melhor. Com este valor seria possível plantar 880 hectares de cana para renovar o canavial. Considerando que a taxa de renovação nas usinas é em torno de 15%, em uma área de 10 mil hectares seria possível renovar metade do canavial para a próxima safra só com essa economia”, diz Mello, destacando que, no caso do sistema da Gamaya, a acurácia nas estimativas é de mais de até 97% para ATR e mais de 95% para TCH.

Ele ainda acrescenta que a combinação entre análise do canavial e previsão do tempo permite priorizar o tratamento de certas áreas ou adiar a aplicação de insumos diante da perspectiva de geada ou chuva. Isso é crucial no pós-colheita, quando há operações como adubação e aplicação de herbicida. “Esse insumo custa cerca de R$ 2 mil por hectare e, sabendo do prognóstico climático, é possível definir a data da operação de forma mais estratégica, adiando ou antecipando conforme necessário”, salienta.

5 – Planejamento estratégico

A quinta razão para automatizar as estimativas de ATR e TCH é a contribuição direta para o crescimento sustentável do negócio em médio e longo prazo. Ao ter mais clareza sobre os resultados, bem como otimizar o uso de recursos, o gestor pode, por exemplo, identificar já no início do verão quais áreas estarão mais aptas para fertilização suplementar, contribuindo para o aumento da produtividade. 

“Considerando que a média de ganho de produtividade em áreas com aplicação de adubação foliar suplementar é de 6 toneladas de cana por hectare, ao adotar a solução da Gamaya, o gestor agrícola pode selecionar as áreas com maior aptidão e em melhor condição para a resposta à essa adubação, aumentando assim essa média de ganho”, afirma Mello, da Gamaya.

Outro diferencial é compreender melhor os gargalos da operação. “É possível que haja o entendimento na usina que o clima representa 60% do erro de estimativa, por exemplo, mas o sistema vai indicar, considerando histórico e a análise frequente, que esse efeito é de 45%. E isso afeta decisões estratégicas do negócio”, salienta.

Diferenciais da Gamaya

A Gamaya acabou de lançar um piloto do seu novo sistema de automação e inteligência automatizada para cana-de-açúcar. A tecnologia, que mescla alta precisão, ciência de dados e acompanhamento de especialistas em cana, oferece diferenciais como atualização via satélite, inclusive em dias nublados ou chuvosos, e elevada acurácia de ATR (até 97%) e TCH (mais de 95%) por um custo de aproximadamente R$ 0,50 por hectare – considerando uma área de 45 mil hectares.

Ao contratar o piloto, basta o cliente encaminhar uma lista de dados para implantar o sistema, incluindo resultados da safra anterior e atual. O acesso é liberado em até 7 dias, seguido do treinamento para uso da plataforma, que reúne as principais informações da automação de forma simples e intuitiva, em uma única tela. A Gamaya ainda oferece acompanhamento personalizado e orientações técnicas para cada cliente.

“Além disso, nossas soluções possibilitam exportar dados para que o cliente possa fazer avaliações mais avançadas e cruzamentos de informações. E, aderindo até junho, é possível avaliar o sistema em 2/3 da safra antes de tomar uma decisão”, finaliza Mello.

Para testar a ferramenta, entre em contato.

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