Tecnologia e inteligência artificial são aliadas para melhorar gestão e garantir maior rentabilidade em momentos decisivos como planejamento, colheita e venda
Por Leandro Becker, jornalista especializado em agronegócio
Os baques recentes no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil por causa de problemas climáticos, com perdas significativas na safra passada e prognósticos cautelosos na atual, têm reforçado a necessidade de uma estratégia minuciosa no ciclo 2023/2024 para evitar um novo revés. É neste cenário que a tecnologia se torna um diferencial estratégico. Afinal, de olho na rentabilidade, sistemas de inteligência artificial são aliados confiáveis e versáteis em momentos decisivos para as usinas, como planejamento, colheita e venda.
A primeira destas fases cruciais já está em curso. É no início de outubro que as usinas começam a desenhar os planos da próxima safra, o que passará por estimativas de produtividade e volume de açúcar que servirão de base não apenas para os prognósticos de campo, mas na definição do orçamento e da operação para consolidar a temporada.
A boa notícia é que, se bem feita, esta largada para o novo ciclo pode resultar em maior produtividade – e lucro – sem a necessidade de ampliar a área plantada de cana. O motivo é simples: a tecnologia baseada em inteligência artificial traz um pacote muito atraente que vai desde mapeamento por talhão, uniformidade na avaliação e uma precisão crescente conforme vai “aprendendo” com o desempenho e histórico do canavial.
“Ter informação mais generalizada do canavial desde o início do planejamento de orçamento já permite direcionar a ferramenta e projetar o momento correto para colher as áreas. Apenas isso, por si só, já traz um ganho em produtividade, pois elimina padrões de operação feitos erroneamente nos ciclos recentes e explora o real potencial de desenvolvimento que dispõe”, observa Jefferson Mello, responsável pelo desenvolvimento do produto da Gamaya no Brasil, que oferece soluções de inteligência agronômica para cana.
Outro diferencial é que a tecnologia não é influenciada por otimismo ou pessimismo de mercado. Pelo contrário, sua avaliação leva em conta a situação real da lavoura, cruzando dados com histórico da lavoura, projeções climáticas diárias e imagens de satélite atualizadas semanalmente. “O uso de um sistema elimina qualquer tendência de análise humana mais cautelosa, ainda mais tendo em vista os imprevistos nos últimos dois anos. É objetivo, além de ser mais rápido, já que é feito de forma automática”, explica.
O sistema da Gamaya, por exemplo, calcula o valor de tonelada de açúcar por hectare em cada período, com prognóstico a partir da data da última colheita até 18 meses à frente. Uma vantagem disso é identificar o pico de produtividade de cada talhão para começar desde já a organizar a colheita, o que permite antecipar não apenas o planejamento tático, mas começar a estruturar a logística necessária nos meses seguintes.
Atualização automática e apoio na colheita
O segundo momento em que a tecnologia contribui de forma decisiva é quando há mais clareza sobre os efeitos do verão no desenvolvimento do canavial. Isso se dá tanto no suporte a um manejo mais eficiente em meses tão importantes para o sucesso da safra, com otimização de insumos, quanto no detalhamento do plano para operação da colheita, em que maior a precisão significa alta eficiência e, consequentemente, mais lucro.
“Quando se projeta os recursos em dezembro, a usina tem que preparar o maquinário e as pessoas para trabalhar na safra. Então, também é um momento para encaminhar as contratações. Se você erra muito em dezembro, não consegue corrigir os desvios depois. Também corre risco de perder o timing de colheita”, alerta Mello, ponderando que, caso haja outro erro em março, o impacto será ainda maior. “Vai ter que adequar a colheita à operação que tem, pois a estrutura já está contratada”, completa.
Considerando uma usina média que processa 3 milhões de toneladas por ano, um erro de 5% em estimativa de produtividade pode resultar em 20 dias a mais de safra do que o esperado. “Isso impacta muito no resultado operacional da empresa, pois esses 20 dias a mais de operação saem do possível lucro da usina”, afirma o responsável pelo desenvolvimento do produto no Brasil Gamaya.
Ele ainda ressalta que os benefícios ocorrem até mesmo em um cenário em que não seja possível reprogramar as datas de colheita. Afinal, tendo o mapeamento em mãos, pode-se aplicar maturador químico para manter o nível de açúcar mais alto. “Isso pode trazer um ganho de 4 a 6 toneladas de açúcar por hectare, como analisamos em algumas áreas. Considerando que a média de produção é em torno de 11 toneladas de açúcar por hectare, há oportunidades para aumentar a produtividade significativamente”, observa.
Suporte na estratégia de venda
Há mais um diferencial da tecnologia para ampliar a produção e o lucro sem ter de, necessariamente, expandir a área. Trata-se do apoio na tomada de decisões de gestão da usina, que pode ir desde a orientação para aproveitar oportunidades ocasionais até mesmo para evitar despesas não planejadas, como necessidade de comprar cana spot.
“Ao oferecer atualização semanal das estimativas de ATR e TCH a partir de uma curva de projeção mais realista do que as teóricas, a ferramenta permite que o gestor mapeie se há uma tendência de alta ou baixa produtividade para ajustar o planejamento tático. E isso pode ser feito sem precisar de um investimento pesado em infraestrutura, permitindo mudar rapidamente o foco e ajustar a estratégia de olho em melhor desempenho”, ressalta Mello.
No caso do plano de negócios, dispor de tendências sobre a lavoura ainda oferece um suporte importante para a área comercial da usina. “A usina sempre entra na safra com cerca de 70% da produção já vendida e trabalha muito no mercado futuro. Então, conseguir ver que áreas têm tendência de baixa ou alta permite fazer inferências ao mercado e mudar a estratégia de precificação, por exemplo”, reforça o responsável pelo desenvolvimento do produto da Gamaya no Brasil.
Mello diz ainda que a implantação da tecnologia como ferramenta de planejamento estratégico traz benefícios em longo prazo. Reduzir a taxa média de erro nas estimativas de 5% para 2%, por exemplo, pode significar uma economia de R$ 7 milhões para recuperar e/ou repor a quantidade de açúcar, considerando uma área de 10 mil hectares.
Diferenciais da Gamaya
A Gamaya estendeu até o fim da safra o prazo para os clientes que quiserem usar o piloto do seu novo sistema de automação e inteligência automatizada para cana-de-açúcar. A tecnologia, que mescla alta precisão, ciência de dados e acompanhamento de especialistas em cana, oferece diferenciais como atualização via satélite, inclusive em dias nublados ou chuvosos, e elevada acurácia de ATR (até 99%) e TCH (mais de 95%) por um custo de aproximadamente R$ 0,50 por hectare – considerando uma área de 45 mil hectares.
A alta assertividade é garantida graças a um banco com dados de rendimento de açúcar em 4 milhões de hectares colhidos em diferentes regiões do centro-sul brasileiro nas últimas 10 safras. E um diferencial é que a tecnologia tem o seu modelo aprimorado semanalmente, conforme mais dados vão sendo incluídos, trazendo ainda mais confiabilidade e eficiência.
Ao contratar o piloto, basta o cliente encaminhar uma lista de dados para implantar o sistema, incluindo resultados da safra anterior e atual. O acesso é liberado em até 7 dias, seguido do treinamento para uso da plataforma, que reúne as principais informações da automação de forma simples e intuitiva, em uma única tela. A Gamaya ainda oferece acompanhamento personalizado e orientações técnicas para cada cliente.
Para testar a ferramenta, entre em contato.
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